sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Pássaro contra a vidraça.


Meu nome? Ícaro... O que eu vim fazer aqui? não sei ao certo, acho que conversar mesmo, mas fiquem tranquilos que eu não vim para falar que eu culpo, minha mãe e meu pai, ou a sociedade pelas escolhas que eu fiz e que eu não tive oportunidade e blá blá... NÃO!! Eu fiz algumas escolhas e eu devo arcar com as mesmas, tá tá, eu vou falar dizer o que aconteceu comigo. Eu fui um dependente químico, comecei usando Xarope. -É, xaropes, oi? se xarope "dá lombra"? Claro que sim, é eu sei que em você não, eu to falando de grandes quantidades, não desse pouco de xarope que a mamãe dá para você quando tá gripadinho.

(acende um cigarro)

Só que o xarope começou a ficar fraco e a gente foi pra maconha, porra, quando "batia" me dava uma sensação de bem estar, alegria sabe? Mas de repente ela foi ficando fraca, e a gente começou a cheirar, só que o pó acabou ficando caro, e aê a gente passou pro Crack que era o mesmo efeito só que mais barato, e depois do crack veio ... o vazio.... Eu acho só acho, que meu destino foi selado ao escolherem meu nome, quando nasci minha madrinha olhou pra minha mãe e disse: -Este menino precisa de um nome forte, bonito, Ícaro, igual ao daquele menino com asas... minha mãe ao ouvir as palavras menino e asas,logo pensou no anjo... Coitada, mães só pensam no bem, ela nem se lembrou de Ícaro, filho de Dédalo que tentaram fugir do labirinto, com as suas asas de cera, seu pai disse: -Filho não voe tão perto do sol nem tampouco perto do mar, o sol poderá derrete-las e perto do mar elas ficarão pesadas e você pode cair...Mas quando ele começou a voar ficou deslumbrado pelo sol, e quis chegar ate ele, e continuou... sentiu que poderia até tocar aquilo que para ele significaria liberdade e continuou e .... CAIU.

PAUSA.

-Acho que sou igual ao Ícaro, caí por ser curioso... Aliais caí não, desistir, porque da morte eu não sei o dia, mas posso vir à saber...

Sai de cena